O alcoolismo e a dependência de outros drogas, ilícitas ou não, pode devastar a vida de uma pessoa. E gerar séries reflexos na organização aonde ela trabalha, seja pela queda de produtividade, faltas constantes ou até acidentes laborais.
Decisões da gestão da empresa podem reduzir – e prevenir – danos ao ambiente corporativo causados por funcionários dependentes de substâncias psicoativas. É o que explica a psicóloga clínica especialista em saúde mental com ênfase em dependência química, Marina Amorim.
“Antes de mais nada, é preciso prevenir. E a primeira prevenção é adotar programas e políticas de informação quanto ao uso nocivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fala que um dos fatores de risco do alcoolismo e vício em outras drogas é a falta de informação”, explica Marina.
A psicóloga frisa que as empresas precisam montar grupos de saúde e realizar palestras com colaboradores. “Ter profissionais na área da segurança do trabalho ou da saúde, que estejam abertos a conversar com os demais colaboradores sobre o assunto. Assim, se alguém estiver com problema de vício, poderá se abrir e pedir ajuda”, salienta.
Marina destaca também a importância de ter um psicólogo do trabalho servindo a organização. “Fica mais fácil detectar colaboradores com problemas, porque vai trabalhar diversas frentes para entender o porquê de o funcionário estar usando. Pode ser a própria insatisfação profissional a desencadeadora do uso. Ou, às vezes, uma depressão. O psicólogo do trabalho vai entender melhor como está o nível de satisfação entre os funcionários da empresa”, argumenta.
Tão importante quanto a prevenção é ter política de acolhimento e encaminhamento para tratar quem está dependente. “O gestor precisa saber acolher esse funcionário em dificuldade. E ter link com CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) , ou com outras instituições psiquiátricas com foco em dependência química para ajudar esse funcionário”, orienta.
A psicóloga lembra que esse tema tem que ser tratado como prioridade na empresa, pois acidentes de trabalho causados por trabalhadores sob efeito de substância psicoativa ou em crise de abstinência são mais comuns do que se imagina. E além de poder ceifar vidas e/ou deixar pessoas com sequelas, custam caro para o empreendedor.